![]() |
Igreja de São Benedito, 10 de julho de 2010: Edielson e Aldeiza |
Não é mais novidade nenhuma ouvirmos falar em casais que se separam nos primeiros meses de casados, ou até mesmo nos primeiros dias, como vemos com bastante frequência na mídia.
Mas, o que aconteceu? O amor terá acabado? Isso é um sentimento extinto, por isso se separa com frequência? Bom, farei comentários acerca desses e outros assuntos, com base na minha recente experiencia de pouco mais de um ano de casado. E o que posso dizer inicialmente, é que falta mais maturidade e paciência.
Nos nossos tempos, as pessoas não admitem mais serem contrariadas, não aceitam terem que calar e, menos ainda, aceitam perdoar. Se sou contrariado, a solução mais prática é: cada um procurar seu rumo, e pronto. Porém, posso afirmar, sem dúvidas, que não se constrói uma vida dois, sólida, com fundamentos verdadeiros, sem fazer renuncias, sem desentendimento, contrariedade de idéias, etc. Casamento não é para quem quer vida fácil, é para quem quer coisa séria; para quem tem intenção de fazer o outro feliz sem esperar nada em troca. Isso se chama amor!
Acerca desse desprendimento de si mesmo, para poder entrar num casamento, me disse um dia um grande sábio: "Você quer casar por que"? Sem duvidar, e com muita certeza de estar certo, respondi: "Para ser feliz"! Ele sorriu de forma a me desarmar da minha certeza, e disse: "Não case! Pois não entendeu o sentido do matrimonio ainda. Nesses mais de 40 anos de padre, atendendo as pessoas, tenho ouvido muitos casais. Por isso, tenho certa autoridade para falar a respeito. E posso afirmar que os casamentos onde um dos dois, ou os dois, casam para ser feliz, não dão certo. E não dão certo porque não se pode casar com a intenção primeira de ser feliz. Você ama? Então faça o seu par feliz. Se você pensa na sua felicidade, começa a entrar outras coisas no seu casamento para te satisfazer. Por isso, homens e mulheres traem! Porque pensam 'no seu' momento feliz".
Lembrei - e lembro - dessa nossa conversa muitas vezes antes de casar e nos momentos de crises pessoais. E essas benditas crises vieram, muitas vezes, por coisas tão pequenas, tão sem sentido no conjunto que deve ser o matrimônio sólido, que deveria ter vergonha de citar algumas aqui. Mas, é bom que fale delas para que, quem sabe, outras pessoas possam ser ajudadas.
Eu saí de casa aos 17 anos...pela porta da frente! Criei minha independência, construí minhas coisas, minha vida. Depois, aos 27 anos, me casei e, claro, juntamos as coisas. Meus costumes aos costumes dela. Durante todo tempo em que morei só, ninguém mexia em "minhas" coisas, no "meu" quarto. "Minhas" coisas sempre ficaram como eu deixava. E eu não era e não sou bagunceiro! Gostava e gosto das coisas no lugar. Morando juntos, começaram as estranhezas...Quando eu achava que "meu" shampoo estava pela metade, tinha acabado. "Meus" sapatos sempre fora do lugar que deixava. O carregador do "meu" celular ela guardava e eu nunca achava. E dessa forma, "as minhas coisas" foram se misturando as coisas dela e...por isso, algumas vezes nos desentendemos. Ou, eu me desentendia com ela! Por causa desse bendito "meu", eu apanhei muito! A ideia do "meu" tinha que ser desfeita. Como fazer uma só carne, uma só vida se quero levar a minha vida, com as minhas coisas e ela com a dela? Desfazer a ideia egoísta do meu, é um grande passo! Como pude demorar tanto a entender que no "nós" não existe o "meu e o teu"? Amadurecida essa ideia e usando muito diálogo, contornamos essa situação e muitas outras.
O casamento é resultado do amor entre duas pessoas. Que com seus erros e diferenças, se amam e querem fazer feliz um ao outro. Amo a minha esposa! Quero vê-la feliz todo dia. Sei que vou errar tentando fazer isso, mas ela, companheira que é, está ali, também para me ajudar a encontrar o caminho certo.
Casaram? Não estão conseguindo se entender? Calma! Posso garantir que isso é normal e garantir que não é motivo para separação. Diálogo é o primeiro passo para resolver as diferenças. E lembre: só há diálogo onde um fala por vez e outro escuta.
Tenha certeza: problemas do tipo que descrevi acima, e até piores, vão sempre existir. Por isso, exercite o ato de perdoar; mas, não perca a oportunidade de uma boa conversa para ajudar o outro a melhorar, a certar, a reconhecer que errou. Mas, não faça isso de cima: faça como alguém que caminha junto!
E agora? Comece tentando fazer o outro feliz!
Francisco Edielson P. Santos
Para ilustrar o que disse até aqui, escolhi um filme para indicar aos leitores. Ele se chama À PROVA DE FOGO (Direitos reservado a Sony Pictures). Para ajudar, a Capa do filme é a ao lado.
Categories:
Casamento
Quem assistir o filme depois de ter visto aqui, pode deixar um comentário. Se gostou, o que não gostou...